quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A minha casa está onde está o meu coração
Ele muda, minha casa não
No campo, em minas, terras gerais ou qualquer lugar
Onde estou, a minha casa está
Meu endereço é o sítio estrelado de norte a sul
Ele muda a cada estação
Na boca do sertão, na varanda do seu olhar
Onde estou, a minha casa está
A minha carne é feita de tudo que vai e vem
Tempo, nuvem, aflição também
Encontro e perda ao mesmo tempo, eu não vou parar
Onde estou, a minha casa está
Porque que eu sou apenas movimento
Sou do mundo, sou do vento
Nômade
Porque quando paro sou ninguém
Não declaro onde ou quem
Nômade
Porque eu sou apenas movimento
Sou do mundo, sou do vento
Nômade
Porque quando passo sou alguém
Sou do espaço, sou do bem
Nômade...

sábado, 23 de outubro de 2010

o invisível me anda saltando aos olhos.
Con las piedras que con duro intento los críticos te lanzan, bien puedes erigirte un monumento.
Sonhar é filosofia de vida.
E a vida se torna simples.
Há um passo!
A um passo.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Uma carta


Gostei de saber que você está com a alma mais sossegada. O sentimento de grandeza que você acha que está perdendo talvez agora é que você esteja adquirindo. Sua predisposição para ficar calada não é propriamente uma novidade: a novidade é estar aceitando, inclusive, o silêncio. É bom isso, dá mais paciência, mais compreensão, dá mais sentimento às coisas — e dá grandeza.
 

Rio de Janeiro, 27 de outubro de 1953.
Carta de Fernando Sabino a Clarice Lispector.
 

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Para começarmos, podemos dividir todo tipo de felicidade e sofrimento em duas categorias principais: mental e física. Das duas, é a mente que exerce a maior influência em muitos de nós. A menos que estejamos gravemente doentes, ou privados de nossas necessidades básicas, a condição física representa um papel secundário na vida. Se o corpo está satisfeito, praticamente o ignoramos. A mente, entretanto, registra cada evento, por mais pequeno que seja. Por isso, deveríamos devotar nossos mais sérios esforços à produção da paz mental. A partir de minha própria limitada experiência, descobri que o mais alto grau de tranqüilidade interior vem do desenvolvimento do amor e da compaixão. Quanto mais nos ocuparmos com a felicidade alheia, maior se tornará nossa sensação de bem-estar. O cultivo de sentimentos amorosos, calorosos e próximos para com os outros automaticamente descansa a mente. Isto ajuda a remover quaisquer temores ou inseguranças que possamos ter e, nos dá força para enfrentarmos quaisquer obstáculos que encontramos. É a principal fonte de sucesso na vida. Enquanto vivemos neste mundo estamos destinados a encontrar problemas. Se, nessas ocasiões, perdemos a esperança e nos desencorajamos, diminuímos nossa habilidade de encarar as dificuldades. Se, por outro lado, nos lembramos que não se trata apenas de nós, mas, que todos têm de passar por sofrimento, esta perspectiva mais realista aumentará nossa capacidade e determinação para sobrepujarmos os problemas. Na verdade, com essa atitude, cada novo obstáculo pode ser encarado como sendo mais uma valiosa oportunidade de aprimorar nossa mente! Desse modo, podemos gradualmente nos esforçar para nos tornarmos mais compassivos, ou seja, podemos desenvolver tanto a genuína empatia pelo sofrimento dos outros, quanto a vontade de ajudar a remover sua dor. Como resultado, crescerão nossas próprias serenidade e força interior.

Sua santidade, Dalai Lama.

sábado, 2 de outubro de 2010

Depois de um dia denso, do caminho até a casa vejo um sol se pondo vermelho no céu. E a cabeça só pensa em uma coisa. 
Que sol lindo paro pra ver. Fico presa do lado de fora, talvez por obra dos astros, pra que eu ficasse ali mais tempo, admirando o astro-rei. Sei que nos quatro cantos da cidade , naquele quase-instante, de não mais que dez minutos ele era por muitos louvado e respeitado.

Hoje se vestiu muito bem e foi à festa dos homens. Os homens o viram. Lá do alto, soberano, a captar toda a energia boa que pudesse receber e todas as energias ruins daqueles que o olhavam. Prostrou-se pela renovação.

Buscava não menos que demonstrar de forma cristalina e fugaz todo o seu poder de astro-rei, dono dos séculos e amante da lua. 
Por vê-lo tão iluminado, ficaram todos curiosos em saber como surgiria a linda e doce luz da noite.

Ainda assim disseram que o traje vermelho daquele senhor anunciava tempos frios.

Cada qual trouxe sua compreensão. Seria aquilo um fenômeno? Ou seria uma forma de exibir a grandeza e luz do que sempre está presente mas que só se vê quando está num traje mais imponente?

Talvez apareça de uma cor para cada um que o observou na cidade. 

Assim, quando se pôs já havia consumido e decantado todas as energias que suportou e conheceu as origens deixando a cada simples observador um recado distinto. Disse ainda que voltava, pois precisava angariar mais olhos, em prol da renovação.

Tentei acompanhar sua saída do alto daquela varanda, mas não foi possível vê-la por completo. Do chão, ele deixou claro que era mais fácil.

Nem hesitou em transmitir que o contato físico não é dos primordiais. Pela estada fulgaz naquela tarde trouxe-me a paz e a reflexão.

Avisou sobre o caráter cíclico das energias e de mansinho sussurrou:
"Fique com a luz da noite.
Embora estejamos, nos milímetros dos homens, bem distantes,
não há distância no universo.
Tudo está intimamente ligado, abraçado.
A luz da noite nem precisa me mandar recado..."

(Mariana - em 02 de outubro de 2010)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

PRESENÇA






É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.

 



Mario Quintana
Quando a tristeza chegar, já fui
Não quero nem saber de dor
Tristeza em meu cantar, não flui
Se o pranto me chamar, não vou
Em cada dia que vai nascer
Mora o desejo de ser feliz
Mesmo sem querer
Mesmo por um triz
A esperança existe em todos nós
Canto por prazer
Canto pra quem diz
Que o amor existe em nossa voz
Uma só voz...



 borboleta-coruja.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

.aponte/a ponte.

A gente sempre fica à procura de um texto bonito.
De palavras singelas.
Tudo na tentativa de dizer indiretamente.
De fazer uma ponte.
Tenta-se dominar o simples, que é notório.
Tenta-se atravessar a ponte.
Tenta-se atravessar, aponte!
Tenta-se, atravessar a ponte.
Mas não há meio ou tentativa que vença.
A verdade é soberana e não sobreposições ou roupa de outra cor.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

sobre coisas simples

Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos
rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde,
acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV
demais e raramente estamos com Deus.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.

Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos
freqüentemente.

Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos
à nossa vida e não vida aos nossos anos.

Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a
rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas
não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo,
mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos
menos; planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais
informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos
comunicamos cada vez menos.

Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta;
do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e
relações vazias.

Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas
chiques e lares despedaçados.


Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral
descartáveis, dos cérebros ocos e das
pílulas 'mágicas'.

Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na
dispensa.

Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te
permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar
'delete'.

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas
não estarão aqui para sempre.

Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo,
pois não lhe custa um centavo sequer.

Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o)

E às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame...
se ame muito.
Um beijo e um abraço curam a dor,
Quando vêm de lá de dentro.
Não magoem quem te ama, um dia poderá sentir falta de ser amado ,
Por isso, valorize sua familia e as pessoas que estão ao
Seu lado sempre. 

.george carlin.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

expurga vai.

desmedido que sou com a vida que levo
se quero já vou
se não quero nem me entrego
quando quero apenas sou
quando falo escorrego
quanto sinto, tudo sou
quando ajo, nada levo
tudo quanto possa ser
a verdade é de doer!

.mari.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

um texto legal

DEFINIÇÃO DE SAUDADE!
                             
Artigo do Dr. Rogério Brandão, Médico oncologista. Recife


Como médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação
profissional (....) "... posso afirmar que cresci e modifiquei-me com os dramas vivenciados pelos meus pacientes. Não conhecemos nossa verdadeira dimensão até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais  além. Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional. Comecei a frequentar a enfermaria infantil e apaixonei-me pela oncopediatria.
Vivenciei os dramas dos meus pacientes, crianças vítimas inocentes do câncer. Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento das crianças. Até o dia em que um anjo passou por mim ! Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada por dois longos anos de tratamentos diversos, manipulações, injeções e todos os desconfortos trazidos pelos programas de químicos e radioterapias. Mas nunca vi o pequeno anjo fraquejar. Vi-a chorar muitas vezes; também vi medo em seus olhinhos; porém, isso é humano !
Um dia, cheguei ao hospital cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe ... A resposta que recebi, ainda hoje, não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.
" - Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondida nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade. Mas, eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida !"
Indaguei: - E o que morte representa para você, minha querida ?
" - Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do  nosso pai e, no outro dia, acordamos em nossa própria cama, não é ?" (Lembrei das minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, com elas, eu procedia exatamente assim.) - É isso mesmo.
"- Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar.. Vou  acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira !"
Fiquei "entupigaitado", não sabia o que dizer. Chocado com a maturidade com que o sofrimento acelerou, a visão e a espiritualidade daquela criança.
"- E minha mãe vai ficar com saudades, emendou  ela."
Emocionado, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei:
- E o que saudade significa para você, minha querida ?
- Saudade é o amor que fica!
Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um a dar uma definição melhor, mais direta e simples para a palavra saudade: é o amor que fica!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

"As pupilas não se aguentam de tão envergonhadas quando encontram o raio de sol."

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

"Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?"

- Fernando Pessoa

domingo, 22 de agosto de 2010

Doze vozes gritavam cheias de ódio e eram todas iguais.Não havia dúvida, agora, quanto ao que sucedera à fisionomia dos porcos. As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas já se tornara impossível distinguir quem era homem, quem era porco.

"A revolução dos bichos" - George Orwell

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

"Human beings with their existential drama - geniuses, vagabonds or saints - it is the key, the missing link evolution."

domingo, 1 de agosto de 2010

terça-feira, 22 de junho de 2010



Amar é ter um pássaro pousado no dedo.
Quem tem um pássaro pousado no dedo 
sabe que,
a qualquer momento, 
ele pode voar.

-Rubem Alves


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

É só uma questão de reflexão.
É só uma questão de ponderar.
É só uma questão de evoluir.
É só uma questão de saber amar...